[Capítulo] A crise do trabalho como crise da reprodução social: Notas sobre como repensar as fontes do poder da classe trabalhadora no capitalismo pós-covid / Paula Varela

[Capítulo] A crise do trabalho como crise da reprodução social: Notas sobre como repensar as fontes do poder da classe trabalhadora no capitalismo pós-covid / Paula Varela

Varela, Paula (2024). A crise do trabalho como crise da reprodução social: Notas sobre como repensar as fontes do poder da classe trabalhadora no capitalismo pós-covid. En Estanque Elísio, Barbosa Agnaldo de Sousa, Macel Fabrício (orgs.). Re-trabalhando as classes no diálogo Norte-Sul. Trabalho e desigualdades no capitalismo pós-covid, Coimbra: Universidad de Coimbra/ UNESP.
- info: https://www.uc.pt/feuc/destaques/novo-livro-re-trabalhando-as-classes-no-dialogo-norte-sul-trabalho-e-desigualdades-no-capitalismo-pos-covid/

Os últimos cinquenta anos, a globalização neoliberal gerou uma crescente desregulação das economias, bem como uma estagnação ou ate o recuo das políticas sociais, ampliando as desigualdades no mundo todo. Recentemente, conflitos mundiais de grande porte e a pandemia de covid-19 nos alertam para os excessos da globalização, para a urgência ambiental, o desgaste das democracias e o crescimento do populismo de extrema direita, ao mesmo tempo que apresentam inúmeros desafios, com a transição digital e a desestruturação dos modelos tradicionais de trabalho anterior exigindo novas respostas. São esses desafios que este livro busca debater, contribuindo para jogar luz sobre linhas de mudança que se desenham, a nova divisão internacional do trabalho e a estrutura das atuais barreiras de classe.

O carater multidisciplinar (e interdisciplinar) da obra permite que sejam examinadas várias facetas de temas pungentes da contemporaneidade. Os textos convergem, entretanto, em seu foco nas desigualdades sociais. Diferentes formas de desigualdade são examinadas, em diversos âmbitos – classe social, questões raciais, identidades de género, dentre muitos outros –, enquanto se destacam os efeitos das transformações económicas, sociais, culturais e políticas na reorganização da estrutura de classes e das próprias modalidades de Acão coletiva.

Se as controvérsias sobre as classes sociais e a organização produtiva foram decisivas para o momento de institucionalização das ciências sociais e da sociologia, hoje, cerca de duzentos anos depois, e mais do que necessário refletir sobre as tendências de mudança no nosso mundo.